sexta-feira, 1 de julho de 2011

Meu Poema Teu (Cado Selbach)




Já não construo disfarces ou personagens no espelho

Pro roteiro adaptado da comédia dos meus dias

Tenho saido de casa vestido só de verdades

Talvez por certa arrogância e a recusa de esconder-me



Só que isso de jogar-se de penhascos em palavras

Inunda todas as cenas de absolutas sentenças

E em meu ar de indiferença de alguém nunca indiferente

Vivo em meu laboratório dos afetos controlados



E quando posso navego pra ilha da minha verdade

Que mesmo tornada instante sustenta o fio dos meus dias

Onde ando em cordas bambas sobre a rede dos amores

E em arenas de leões que se acalmam com cantigas



E às vezes cavo poemas no solo de meus segredos

Que testemunham honestos meus persistentes ensaios

E querem que sejas cúmplice do meu mapa de viagens

Já que a horda dos poetas é a legião das solidões



E caso estejas atento prum certo tom angustiado

É provável que um dos homens que habitem em teu peito

Reconheça nesses versos que nasceram por vontade

O fel das próprias palavras e o doce ainda guardado.

De: Cado Selbach..


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